Nos dias 8 e 9 de fevereiro de 2025, o Colégio San Agustín de Madrid foi o epicentro da reflexão pedagógica e pastoral na 31ª edição da Aula Agustiniana de Educación. Sob o lema “Missão do professor agostiniano: educador e testemunha”, este evento reafirmou a importância da educação como vocação e testemunho da fé cristã e do carisma de Santo Agostinho.
Organizada pela Comissão Educacional da Federação Agostiniana Espanhola (FAE), a conferência atraiu professores de centros educacionais agostinianos de toda a Espanha. Este ano, de forma extraordinária, estiveram presentes representantes da Rede EDUCAR de outros países, incluindo Josefa Guzmán (Ciudad de los Ninos, Costa Rica) e Jessica Alba (Colegio Santa Rita, Peru). Através de quatro apresentações, os participantes refletiram sobre a dimensão evangelizadora da educação e o impacto do seu trabalho na formação das novas gerações.
Evangelização no centro da educação
O congresso abriu com a apresentação “Nossos centros educativos e sua ação evangelizadora hoje”, de Juan Manuel de Alarcón, que destacou que “hoje temos o desafio de converter a evangelização e a pastoral educativa no núcleo central de nossos centros educativos”. Alarcón destacou a necessidade de oferecer uma pedagogia centrada em Deus e nos valores do Evangelho, adaptando-se aos desafios de uma sociedade em constante mudança.
«Hoje, num contexto de solidão, isolamento, individualismo, a comunidade é profundamente um apelo a um novo estilo de vida. E os cristãos têm na veia que nada se faz se não estiver no contexto da comunidade, nada se entende, nada se vive, nada se salva, nada se cura se não estiver no contexto da comunidade.
A vocação do professor agostiniano
Na segunda sessão, “Por que eu? Para que eu? Para quem sou eu?”, Óscar Alonso mergulhou na identidade do educador agostiniano como testemunha de fé. «Precisamos de educadores que dêem testemunho a alguém, não a nós mesmos. Damos testemunho de Jesus de Nazaré, através do prisma de Agostinho e dos demais fundadores”, afirmou. A sua intervenção colocou ênfase na pedagogia da interioridade e na necessidade de “cuidar daquilo que nos define como escolas católicas e agostinianas”, convidando os participantes a redescobrirem a sua vocação e missão na comunidade educativa.
A música como ferramenta educativa e evangelizadora
Um dos momentos mais inovadores do encontro foi o concerto-apresentação “Compartilhar o Deus da vida através da música”, protagonizado por Nico Montero. Com um misto de reflexão e arte, o cantor e compositor demonstrou o poder da música como ferramenta de conexão com os sentimentos, a razão e a fé: “A educação é a minha paixão e descobri com muitos dados, também empíricos e observáveis, que a música tem uma capacidade tremenda de se conectar com os sentimentos, com o que são os sentidos e também com os pensamentos, com a razão”. Além disso, partilhou a sua experiência de reencontro com o carisma agostiniano, afirmando que, apesar da sua vocação salesiana, “já me sinto agostiniano”.
A autenticidade do educador: um testemunho vivo
O encerramento do congresso foi feito pelo Padre Isaac Estévez com a apresentação “E você, professor, o que vende? Atitudes do educador agostiniano. No seu discurso destacou a importância da autenticidade e da coerência no trabalho docente: «A tarefa e a função do educador é estimular, provocar e atrair; É ensinar, encantar e emocionar. “Esse é o grande desafio que temos como educadores”. Da mesma forma, destacou que “nas nossas escolas, no dia em que perdermos um pouco do norte desta dimensão evangelizadora, teremos perdido o sentido total da existência e do que Santo Agostinho quis, em algum momento”.
Um encontro que reforça a identidade educativa agostiniana
Ano após ano, a Sala de Aula de Educação Agostiniana continua a se consolidar como espaço de formação e reflexão para professores agostinianos, oferecendo um fórum para compartilhar experiências e fortalecer a identidade de seus centros.
“Depois de 31 edições, a Aula Agustiniana de Educación continua a ser um farol que ilumina o caminho de quem assume a nobre tarefa de educar com paixão, esperança e fé”, afirma Juan Luis Gonzalez, um dos organizadores. Nas palavras de Isaac Estévez: “No final, o que deve ser transmitido é a boa notícia, a boa notícia que é Jesus Cristo”.